A crise de fogo ocorre em meio à pior seca já registrada no país desde 1950, de acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Apesar do incremento orçamentário em relação à gestão anterior, as ações do governo de Lula ainda precisam de priorização e organização mais robustas, de acordo com especialistas consultados.
O desmatamento na Amazônia apresentou uma redução, mas o número de incêndios florestais aumentou consideravelmente. O governo investiu na contratação de mais brigadistas do Ibama, mas houve uma queda no número de funcionários do ICMBio.
No âmbito legislativo, a atuação da bancada ruralista no Congresso resultou na redução da verba destinada ao Ibama para prevenção e combate às queimadas. Após aprovação de crédito extraordinário, a verba total aumentou, porém em níveis considerados insuficientes.
O governo ainda não tomou medidas para aumentar a pena contra crimes ambientais, mesmo com o aumento no número de investigações policiais. O Dia do Fogo de 2019, que não resultou em responsabilizações, evidenciou a impunidade diante de práticas ilegais.
A necessidade de um plano de prevenção mais eficaz que estabeleça ações, custos e prazos precisa ser priorizada. O governo, embora tenha melhorado sua estrutura de combate aos desastres climáticos, ainda enfrenta desafios na coordenação nacional das ações.
Diante desse cenário crítico, especialistas alertam para a urgência na adoção de medidas efetivas para evitar danos irreparáveis ao meio ambiente. O governo destaca os investimentos e a articulação entre diferentes pastas no combate às queimadas e secas, mas é necessário um esforço conjunto de todas as esferas para lidar com essa crise ambiental.