De acordo com o comunicado, as aulas que foram canceladas devido à greve não serão repostas, o que resultará em perda do semestre para os alunos que não retornarem às atividades. Isso poderá causar prejuízos a todos, especialmente para aqueles que deveriam colar grau no final do ano. A Faculdade de Direito também ressalta que seu comprometimento é com a continuidade das aulas, que seguirão de modo virtual para os professores que desejarem.
Em contrapartida, a reitoria da USP apresentou uma proposta pelo fim da greve, que consiste na contratação de 148 professores temporários em até 45 dias para suprir o déficit de docentes nas unidades de ensino. Essa falta de professores é justamente a principal reivindicação dos grevistas. No entanto, a contratação efetiva desses profissionais é demorada, por isso, inicialmente serão contratados temporários para cumprir o prazo de 45 dias. Após isso, serão abertos novos concursos para a contratação de docentes efetivos.
Além disso, a reitoria também anunciou um plano para contratar 879 professores efetivos, dos quais 238 já foram contratados. Todas as 641 vagas restantes devem ser preenchidas até julho de 2024. Com essas novas contratações, a gestão se compromete a contratar ao todo 1.027 professores efetivos até o meio do próximo ano.
Essa proposta da reitoria agradou os grevistas, que indicaram uma votação pelo fim do boicote às aulas por parte dos professores. Os alunos também têm uma assembleia agendada para segunda-feira, na qual será votado o fim da greve. No entanto, parte dos alunos afirma ser favorável à manutenção da paralisação.
É importante destacar que a greve tem gerado prejuízos para a USP e para a Faculdade de Direito, como abalo de imagem, esvaziamento dos programas sociais internos e comprometimento dos programas escolares. Além disso, a escalada de pautas radicais e os ataques a professores, alunos e funcionários são considerados intoleráveis pela diretoria, que afirma que qualquer violência ou constrangimento contra os membros da comunidade acadêmica não serão tolerados.
Em um último apelo à racionalidade, a diretoria pede que os estudantes desocupem a faculdade, acabem com a paralisação e retornem às aulas. Eles devem refletir seriamente sobre as propostas da Reitoria, que demonstrou sensibilidade e realismo diante dos pleitos apresentados. Neste dia em que se comemora o 35º aniversário da Constituição de 1988, a diretoria da Faculdade de Direito reforça que não irá se curvar aos radicalismos, às intransigências e às ilegalidades.