Diretor do Banco Central afirma que alta da Selic está na mesa do Copom e depende de novos dados sobre inflação.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou em uma entrevista nesta segunda-feira, 12, que a autarquia está considerando uma possível alta da Selic, a taxa básica de juros. Segundo Galípolo, a decisão do Copom ainda depende de novos dados sobre a evolução da inflação, e não houve nenhum guidance para decisões futuras na última ata da reunião.

Durante um evento promovido pela Warren Investimentos, Galípolo destacou que a menção na ata a um cenário alternativo onde o IPCA ficaria em 3,2% no primeiro trimestre de 2026 não impede a possibilidade de aumento da Selic. Ele enfatizou que a alta dos juros ainda está em discussão pelo Copom e que é necessário observar como a situação irá se desenrolar.

O diretor também ressaltou que o BC está disposto a conviver com uma taxa de juros mais alta por mais tempo, sinalizando que, se necessário, haverá um aumento nos juros. Em relação aos impactos da política fiscal no trabalho do BC, Galípolo afirmou que a perseguição da meta de inflação é o objetivo principal da autarquia, independentemente das questões fiscais.

Gabriel Galípolo é visto como um forte candidato para substituir o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no final do ano. Suas declarações recentes indicam um possível aperto na política monetária, em contraste com a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em relação ao mercado cambial, Galípolo afirmou que não há problemas de liquidez no mercado de câmbio à vista e que o BC só irá intervir em caso de “disfuncionalidade”. Ele destacou que, embora não tenham sido necessárias intervenções recentes, o Banco Central continuará monitorando a situação cambial de perto.

No que diz respeito ao dólar, a moeda americana fechou em queda de 0,34% ontem, cotada a R$ 5,49. Esta foi a primeira vez desde 17 de julho que o dólar ficou abaixo do patamar de R$ 5,50 no fechamento do mercado. Este cenário mais tranquilo reflete a postura do BC em relação ao mercado cambial e a expectativa de uma possível alta da Selic para controlar a inflação.

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