De acordo com dados da Repom, uma plataforma especializada na gestão e pagamento de despesas do transporte rodoviário de carga, houve um crescimento de quase 28% no número de caminhoneiros pedindo antecipação de recebíveis entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A Repom conta com mais de 1 milhão de caminhoneiros recebendo frete e vale-pedágio e já realizou mais de 8 milhões de operações financeiras do gênero.
Esse aumento na demanda por antecipação de recebíveis é resultado direto do envelhecimento da frota de veículos de carga. Atualmente, 58% dos caminhões em circulação têm mais de 11 anos de uso, sendo que 12% deles já rodam pelas estradas há mais de duas décadas. Apenas 15% dos caminhões têm entre 1 e 3 anos de uso. Esse envelhecimento da frota é preocupante, pois caminhões mais antigos têm mais chances de apresentar problemas e necessitar de reparos constantes.
Um estudo da Repom revelou que, do total de caminhões em circulação, cerca de 62% pertencem a empresas, 37% são de caminhoneiros autônomos e apenas 1,3% são de cooperativas. Isso mostra que o problema do envelhecimento da frota não se restringe apenas aos caminhoneiros autônomos, mas também afeta as empresas do setor.
A questão é complexa, pois a renovação da frota requer um investimento significativo, o que muitos caminhoneiros não têm condições de arcar. Portanto, a antecipação de recebíveis acaba sendo uma alternativa viável para eles conseguirem fazer os reparos necessários em seus veículos.
No entanto, é importante ressaltar que essa prática também tem suas desvantagens, já que as taxas cobradas podem ser elevadas, o que pode comprometer ainda mais a renda dos caminhoneiros. A busca por soluções mais acessíveis e sustentáveis para a renovação da frota de caminhões é fundamental para garantir a segurança nas estradas e a qualidade dos serviços de transporte de carga.