Destinação de imóveis desocupados para pessoas de baixa renda em São Paulo pode reduzir 4,4 milhões de toneladas de emissões de gases do efeito estufa.

Um estudo realizado pelo Instituto Pólis revelou que a destinação de imóveis desocupados na cidade de São Paulo para pessoas de baixa renda poderia gerar uma redução significativa de 4,4 milhões de toneladas de emissões de gases do efeito estufa ao longo de 20 anos. Esse valor representaria aproximadamente 56% das emissões anuais do Uruguai ou cinco vezes a quantidade de emissões da cidade de Santo André, situada na região metropolitana de São Paulo, que possui 750 mil habitantes.

A pesquisa considerou a quantidade de viagens, tanto em transporte público como em outros meios, que seriam poupadas com a mudança na destinação de habitações vazias e terrenos desocupados no centro da cidade. De acordo com os dados do estudo, a região possui potencial para a construção de cerca de 200 mil moradias entre imóveis vazios e terrenos disponíveis, totalizando 2,5 milhões de metros quadrados.

O coordenador da pesquisa, Rodrigo Iacovini, ressaltou que a mudança na destinação desses imóveis traria não apenas benefícios ambientais, como a redução das emissões de gases do efeito estufa, mas também proporcionaria melhorias significativas na qualidade de vida das famílias de baixa renda. Além disso, ele destacou a importância de cumprir a legislação brasileira, que prevê a destinação social dessas moradias como forma de promover bem-estar e dignidade para essas famílias.

O Instituto Pólis não quantificou o montante necessário para viabilizar essa destinação, mas sugeriu algumas fontes de financiamento viáveis, como a redução do investimento em novas moradias em prol da construção ou reforma de unidades habitacionais no centro da cidade. A prefeitura de São Paulo, por sua vez, anunciou medidas para a desapropriação de alguns imóveis na região central, visando transformá-los em moradias de interesse social.

No entanto, a prefeitura destacou que viabilizar a reinserção de imóveis subutilizados no mercado não é uma tarefa simples e muitas vezes envolve impasses judiciais, problemas de titularidade e de regularização fundiária. Por sua vez, o governo estadual informou que está realizando investimentos robustos para melhorar as condições do centro da capital, incluindo a construção de novas moradias e subsídios para famílias de baixa renda adquirirem suas próprias casas.

Diante desses dados, fica claro que a destinação de imóveis desocupados para pessoas de baixa renda não apenas traz benefícios ambientais, mas também promove a justiça social e o acesso à moradia digna para a população mais vulnerável da cidade de São Paulo.

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