Desmatamento no Cerrado ultrapassa a Amazônia em 2023, alerta audiência pública sobre proteção dos biomas brasileiros.

O bioma do Cerrado se tornou o mais impactado pelo desmatamento no Brasil, ultrapassando a Amazônia e representando 61% do total de áreas devastadas em 2023. Esses dados alarmantes foram discutidos durante uma audiência pública da Subcomissão Temporária para Análise do Mercado de Ativos Ambientais (CMAATIVOS) realizada na terça-feira (9). O principal objetivo do encontro foi debater formas de proteger a vegetação nativa do país, especialmente no bioma do Cerrado.

O presidente da subcomissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), destacou a urgência da situação, ressaltando que as mudanças climáticas já impactam a vida em todo o mundo. Ele enfatizou a importância de implementar medidas eficazes para preservar a vegetação remanescente no Cerrado, ressaltando a relevância desse bioma para o equilíbrio ambiental.

Durante a audiência, foram abordados diversos programas e iniciativas voltados para a preservação da vegetação nativa, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Programa de Regularização Ambiental (PRA) e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas e Alteradas (Prada). Além disso, foi mencionado o Proveg, criado em 2017, com o objetivo de articular projetos de recuperação florestal e vegetação nativa.

A coordenadora do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás, Elaine Barbosa da Silva, ressaltou a importância do ecossistema presente no Cerrado, destacando que essa região é um importante refúgio para diversas espécies da biodiversidade. Ela alertou para a perda significativa de vegetação nesse bioma, causada principalmente pela conversão de áreas em pastagens e agricultura.

Outro ponto discutido durante a audiência foi a questão dos ativos financeiros ligados às florestas brasileiras. O diretor de Concessões do Serviço Florestal Brasileiro, Renato Rosenberg, destacou que os proprietários rurais que mantêm a floresta em pé não são devidamente compensados, o que dificulta a valorização das florestas como ativos financeiros.

Em meio a essas discussões, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) levantou a questão das reservas florestais e a competitividade dos produtores brasileiros em relação a outros países. Ele destacou a necessidade de políticas que considerem o equilíbrio entre a preservação ambiental e a atividade agropecuária, visando garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Diante do cenário preocupante apresentado durante a audiência, fica evidente a urgência de ações efetivas para proteger a vegetação nativa e combater o desmatamento, especialmente no bioma do Cerrado. A conscientização e o engajamento de todos os setores da sociedade se fazem essenciais para garantir a preservação dos recursos naturais do Brasil.

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