A retirada dos não indígenas da TI Karipuna teve início em junho e contou com a colaboração de equipes de mais de 20 órgãos federais, em um esforço conjunto que resultou na realização de 152 ações planejadas. Desde janeiro deste ano, os líderes Karipuna vêm denunciando invasões em seu território, suspeitando que os invasores estejam em busca de minérios valiosos, o que intensificou a necessidade de ação por parte das autoridades.
A dificuldade em coibir crimes em territórios indígenas é a multiplicidade de acessos existentes, o que torna fundamental a presença de efetivos da Força Nacional e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para garantir a segurança dessas comunidades. Apesar do compromisso do governo em manter esses efetivos no território, relatos dos indígenas apontam para a falta de proteção adequada.
Além das invasões, os incêndios na região também têm preocupado as lideranças Karipuna. A Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia registrou mais de 13 mil focos de calor no estado, sendo destacados como pontos críticos as Terras Indígenas Aripuanã e Roosevelt. A mobilização das autoridades locais em operações contra os incêndios envolveu cerca de 300 profissionais, incluindo o Corpo de Bombeiros e o Ibama.
A questão da seca também tem agravado a situação, levando o Rio Madeira a um nível preocupante de menos de 1 metro, em comparação aos 2,04 metros registrados em 2023. As mudanças no regime de chuvas têm impactado diretamente a vida dos indígenas e a disponibilidade de recursos naturais na região.
Diante desse cenário complexo, a falta de posicionamento por parte do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai demonstra a urgência de uma atuação efetiva para proteger e garantir os direitos das comunidades indígenas. A relação entre as invasões, os incêndios e a crise hídrica é um reflexo das consequências da exploração desenfreada dos recursos naturais e da irresponsabilidade ambiental, exigindo medidas urgentes e eficazes para proteger a TI Karipuna e outras áreas vulneráveis.