Descontrole policial e omissão do Ministério Público expõem grave situação no Brasil, aponta relatório da Anistia Internacional.

Segundo a Anistia Internacional, a situação atual no Brasil reflete um cenário de descontrole em relação ao uso da força policial, agravado pela omissão dos ministérios públicos em garantir que casos desse tipo sejam levados aos tribunais. De acordo com a organização, os números alarmantes mostram que a polícia muitas vezes age com impunidade, resultando em violações de direitos humanos, especialmente nas comunidades negras e periféricas.

A diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, criticou o recado que o Estado passa ao permitir que a polícia tenha “carta branca para matar e cometer outras violações”. Segundo ela, a falta de ação dos órgãos responsáveis em enfrentar essa questão contribui para a perpetuação da violência policial no país.

Além disso, a Anistia destacou que decisões do Supremo Tribunal Federal têm sido desrespeitadas, resultando em ações violentas por parte da polícia. Medidas para reduzir a violência policial, que foram estabelecidas pelo STF desde 2020, não têm sido implementadas adequadamente, resultando em atos como tiroteios, execuções extrajudiciais, tortura e desaparecimentos forçados.

O relatório da Anistia também critica declarações do secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, que afirmou que não se enfrenta o crime organizado com “rosas”. A organização ressaltou a importância de medidas como o uso de câmeras corporais para coibir abusos policiais e garantir a responsabilização dos agentes envolvidos em casos de violência.

Diante desse cenário, as secretarias de Segurança Pública têm se manifestado em relação aos casos de letalidade em confrontos policiais. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo alegou que as mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigadas e que medidas para reduzir a letalidade são constantemente avaliadas e implementadas. No entanto, a Anistia Internacional ressalta a importância de uma atuação efetiva por parte das autoridades para garantir o respeito aos direitos humanos e a segurança da população.

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