Descoberta de erro em medição de fronteira entre Paraná e Santa Catarina gera revisão de limites territoriais após 70 anos.

Uma descoberta recente feita pelo Instituto Água e Terra (IAT), órgão ligado ao governo do Paraná, revelou um equívoco nas medidas tomadas desde a década de 1950 para determinar os limites territoriais entre o Paraná e Santa Catarina. Essa revelação veio à tona após um produtor rural, Sandro Maciel, contestar uma multa aplicada pela Polícia Ambiental do Paraná em sua propriedade, localizada entre as cidades de Guaratuba (PR) e Garuva (SC).

A multa aplicada ao produtor rural foi de R$42 mil e alegava danos à vegetação nativa na região, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba. Maciel sustentou que sua propriedade estava inteiramente em Garuva, Santa Catarina, o que levantou questionamentos sobre a correta demarcação dos limites territoriais.

Após análises, o IAT constatou que a linha que dividia os estados estava equivocada em um trecho de 28 km, fatiando parte da propriedade de Maciel de forma incorreta. Com base em documentos e marcos territoriais instalados pelo Exército Brasileiro entre 1918 e 1920, o IAT realizou uma nova medição com GPS de precisão, redefinindo a linha de divisão.

Essa revisão apontou que aproximadamente 490 hectares, ao longo de 28 km, pertenciam na verdade a Santa Catarina, e não ao Paraná, como indicado anteriormente. O advogado de Maciel argumentou que a legislação ambiental do Paraná é mais restritiva do que a de Santa Catarina, o que influenciou na contestação da multa aplicada.

A descoberta foi encaminhada ao governo de Santa Catarina e ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para análise e possível homologação da correção dos limites territoriais entre os estados. A revisão realizada pelo IAT trouxe à tona a importância da precisão nas demarcações territoriais e ressaltou a relevância dos marcos históricos instalados pelo Exército na região.

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