Desastre ambiental na bacia do Rio Piracicaba compromete piracema e ameaça reprodução de espécies, alerta relatório técnico da APqC.

O desastre ambiental na bacia do Rio Piracicaba, que afetou a comunidade do Tanquã e resultou na morte de peixes em grande quantidade, preocupa pesquisadores da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC). De acordo com um relatório técnico elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesca, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o evento pode ter comprometido a piracema, período crucial para a reprodução das espécies aquáticas.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), citada pela APqC, aponta que resíduos despejados por uma usina sucroenergética no córrego Tijuco Preto foram responsáveis pela morte dos peixes. O relatório alerta para a persistência das consequências do desastre ao longo do tempo, destacando que parte significativa da biomassa de peixes não conseguirá completar seu ciclo reprodutivo.

Além disso, os pesquisadores alertam para a falta de comprometimento das indústrias em tratar os efluentes, o que contribui para a degradação dos ecossistemas aquáticos e a morte massiva de peixes. A presidente da APqC, Helena Dutra Lutgens, ressaltou a importância de investimentos em pesquisa pública e no fortalecimento do sistema ambiental para evitar que desastres como esse se repitam.

Uma das recomendações do relatório é a realização de novos estudos na região afetada para embasar a criação de políticas públicas eficientes. A reparação dos danos causados aos pescadores locais e a recuperação da biodiversidade aquática também são destacadas como medidas urgentes a serem adotadas.

Segundo o documento divulgado pela APqC, a identificação dos responsáveis pelo desastre e sua punição são essenciais para garantir a reparação ambiental e social necessária. O relatório menciona que o levantamento mais recente na região afetada, concluído em 2010, identificou 22 famílias atingidas, embora este número possa não estar atualizado.

Diante desse cenário, a APqC enfatiza a importância de instituições públicas fortes e comprometidas com o bem-estar da sociedade, a fim de evitar o desmonte sistemático do sistema ambiental paulista e garantir a preservação dos recursos naturais para as futuras gerações.

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