Um aspecto preocupante das denúncias é que em mais de 900 casos não há registro da religião que foi alvo de intolerância. Entre aquelas em que há informação sobre a religião, as de matriz africana se destacam, sendo a umbanda e o candomblé as mais citadas, com um total de 152 denúncias no período analisado.
Os evangélicos também aparecem como alvos de intolerância, com 49 denúncias registradas. Além disso, os dados mostram que a maioria das vítimas de violência são mulheres, com 742 denúncias de violações contra esse público, representando 60% do total de registros.
Em relação ao perfil racial mais atingido, os pretos e pardos aparecem com 647 denúncias. É importante ressaltar que em 2023, um estudo do Iser em parceria com data_labe indicou que cristãos eram os principais alvos de intolerância de 2020 a 2022, o que evidencia a complexidade e diversidade do cenário de intolerância religiosa no país.
O Disque 100, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, é uma plataforma que recebe denúncias de violações em diversas áreas, incluindo intolerância religiosa. A ferramenta permite filtrar as denúncias por natureza e subcategoria, possibilitando uma análise mais detalhada dos casos.
Até o momento, em 2024, o Disque 100 registrou um total de 398.228 denúncias, sendo o mês de maio considerado o mais violento, com 60.687 registros. São Paulo lidera o ranking de denúncias, seguido pelo Rio de Janeiro, demonstrando a necessidade de ações efetivas para combater a intolerância religiosa e outras formas de violação de direitos humanos em todo o país.