De acordo com a ONG, três fatores principais contribuíram para esse aumento alarmante de denúncias. Primeiramente, as demissões em massa realizadas pelas grandes empresas de tecnologia, que afetaram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas. Além disso, houve um aumento na proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes. Por fim, o uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo também contribuiu para o aumento das denúncias.
Além das denúncias de abuso e exploração sexual infantil, a Safernet também registrou um aumento significativo em outras violações de direitos humanos e crimes de ódio na internet. Em 2023, a organização recebeu um total de 101.313 queixas, um número maior do que o recorde anterior de 89.247 denúncias em 2008.
Os crimes de ódio relatados também apresentaram aumentos preocupantes em relação a 2022. As denúncias de xenofobia aumentaram em 252,25%, enquanto a intolerância religiosa na rede teve um aumento de 29,97%. Segundo a ONG, o crescimento dessas queixas está relacionado à guerra na Faixa de Gaza, na Palestina, no Oriente Médio.
Por outro lado, houve uma queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022. O racismo caiu 20,36%, a LGBTfobia teve uma queda de 60,57% e a misoginia diminuiu em 57,56%. A Safernet explicou que a diminuição nas denúncias desses tipos de crimes em 2023 já era esperada, uma vez que essas denúncias aumentam em anos eleitorais.
Em resumo, os dados alarmantes divulgados pela Safernet mostram a urgência de ações efetivas para combater a exploração sexual infantil e outros crimes de ódio na internet. A sociedade civil e as autoridades competentes precisam unir esforços para proteger os direitos humanos e garantir a segurança online.
