A previsão é que a demolição do prédio e a construção do memorial sejam concluídas em oito meses, com a coleta de alguns itens internos para integrar o acervo. O presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Gabriel Rovadoschi, enfatizou que o memorial terá o papel de reconstruir vidas, ajudando a cicatrizar o tecido social danificado pelo trauma.
O espaço do memorial contará com um jardim central e áreas públicas, além de 242 pilares de madeira representando as vítimas da tragédia. A intenção é transformar a cidade da Kiss em um local de memória, vida e prevenção. Além disso, o memorial será um instrumento pedagógico, integrado ao sistema educacional local e aberto a visitações de estudantes, contribuindo para a formação da cidadania por meio do conhecimento da história.
A demolição do prédio acontece mais de 11 anos após a tragédia, aguardando o desfecho do júri e ressaltando a importância da justiça nesse processo. Representantes de vítimas de outras tragédias, como a de Brumadinho e Mariana, também estarão presentes em uma reunião da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para cobrar explicações do Estado brasileiro. A construção do memorial da boate Kiss simboliza não apenas a reestruturação do espaço físico, mas também o resgate da memória e a busca por justiça e prevenção de futuras ocorrências.