Delegado Rivaldo Barbosa é acusado de coagir pessoas em litígio em investigação sobre caso Marielle, afirma Polícia Federal.

A Polícia Federal revelou recentemente que recolheu provas indicando que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, teria utilizado a corporação para coagir pessoas envolvidas em disputas comerciais com um cliente de sua empresa de consultoria. Essas evidências surgiram durante a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, no qual Barbosa é suspeito de ter contribuído no planejamento do crime.

Segundo os advogados de defesa do delegado, Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane, a Polícia Federal sempre se mostrou perdida na apuração do caso Marielle, levantando suposições que não foram consideradas pela Procuradoria Geral da República na denúncia. Eles afirmam que, após mais de 20 mil páginas de inquérito policial, não há nada que possa confirmar a delação de um assassino confesso em busca de benefícios penais.

As suspeitas sobre as atividades comerciais de Rivaldo Barbosa, apesar de não estarem diretamente ligadas ao homicídio de Marielle Franco, serão enviadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que já está investigando o assunto. Relatórios complementares da PF indicam que a empresa de consultoria de Barbosa recebeu um repasse de R$ 1 milhão da construtora Calper, cliente da empresa, entre 2016 e 2018.

Um advogado envolvido em um empreendimento junto com a Calper afirmou ter sido alvo de intimidação por parte da Polícia Civil após questionamentos sobre pagamentos relacionados à construtora. Além disso, a PF também investiga denúncias de falsidade ideológica feitas por Ricardo Ranauro, dono da Calper, contra pessoas envolvidas em negócios com a empresa. A construtora afirmou que não mantém relação contratual com a empresa de consultoria de Rivaldo desde 2017 e desconhece a denúncia anônima que motivou as investigações da PF.

Diante desses desdobramentos, a defesa de Rivaldo Barbosa rejeita as acusações da PF e se concentra apenas nos elementos presentes na denúncia da PGR. A Calper, por sua vez, busca esclarecer sua posição em relação ao caso e afirma que o inquérito sobre falsidade ideológica continuou mesmo após o desinteresse declarado por Ranauro, sendo arquivado apenas em 2022, a pedido do Ministério Público. É importante aguardar o desenrolar das investigações para obter mais detalhes sobre o caso.

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