Segundo os advogados Paulo Bueno e Daniel Tesser, os presentes eram recebidos pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República e passavam por um rigoroso processo de catalogação, sem a interferência do presidente. A defesa enfatizou que os presentes de outros ex-presidentes também eram tratados da mesma forma, mas estranhamente a investigação se concentra apenas no governo Bolsonaro.
As joias em questão foram devolvidas após uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) em março do ano passado, visando esclarecer qualquer dúvida sobre a conduta do ex-presidente. A defesa de Bolsonaro ressaltou que em momento algum houve intenção de se apropriar de bens públicos e que, diante das complexas normas que regem o destino desses itens, solicitaram que ficassem sob custódia do poder público até a conclusão da discussão sobre sua destinação.
A Polícia Federal informou que parte das joias sauditas saiu do país em uma mala transportada no avião presidencial em dezembro de 2022, quando Bolsonaro deixou o Brasil para passar uma temporada nos Estados Unidos após o fim de seu mandato. Os investigadores concluíram que o ex-presidente não realizou movimentações em suas contas, indicando que o dinheiro obtido com a venda das joias foi utilizado para bancar sua estadia nos EUA.
Diante dessas revelações, o caso ganha cada vez mais relevância e levanta questionamentos sobre a conduta do ex-presidente durante seu mandato e após o término de seu governo. A investigação segue em andamento e novos desdobramentos podem surgir nos próximos dias, colocando Jair Bolsonaro mais uma vez no centro das atenções.