Defensores públicos atendem população de rua em mutirões em 12 estados brasileiros nesta segunda-feira, em ação pelo Dia Nacional de Luta.

Nesta segunda-feira (19), defensores públicos saíram de seus escritórios em diversas cidades do Brasil para realizar atendimentos à população em situação de rua. Mutirões foram montados em ao menos 12 estados, proporcionando assistência e suporte a pessoas que vivem nas ruas. Em São Paulo, por exemplo, um posto de atendimento foi montado na Praça da Sé, marco de um trágico episódio que ocorreu há 20 anos, onde sete pessoas que dormiam na rua foram brutalmente assassinadas.

De acordo com levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos-UFMG), em julho deste ano, estima-se que 300 mil pessoas vivam nas ruas do país, um aumento significativo em relação aos 242.756 registrados em dezembro de 2023. O estado de São Paulo concentra uma em cada três pessoas em situação de rua, totalizando 126.112 indivíduos, sendo a capital paulista a cidade com o maior número, chegando a 80.369 pessoas nessa condição.

As demandas trazidas pelos moradores de rua aos defensores públicos são variadas, incluindo conflitos familiares, análise de processos criminais, acesso a políticas sociais, moradia e denúncias de violações de direitos, entre outras. A falta de documentos é uma das dificuldades enfrentadas por muitos, impedindo o acesso a programas sociais. Neste sentido, a defensoria busca auxiliar na obtenção de documentos e no acesso a políticas de moradia, visando proporcionar uma vida digna a essas pessoas em situação de vulnerabilidade.

Além dos atendimentos realizados, atividades de educação em direitos também estão sendo promovidas em diversos estados, englobando distribuição de cartilhas, palestras, oficinas e cursos populares. A presidente da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Rivana Ricarte, enfatizou a importância da presença dos defensores públicos nas ruas para garantir o suporte necessário à população em situação de rua e promover a defesa de seus direitos.

Em julho de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a necessidade de implementação da Política Nacional para a População de Rua, criada em 2009, por meio de uma decisão provisória. A liminar determina que os governos federal, estaduais e municipais adotem medidas para amparar essa população e proíbe práticas como recolhimento forçado de bens e pertences, remoção compulsória e uso de técnicas de arquitetura hostil contra pessoas em situação de rua. A ação visa garantir dignidade e respeito aos direitos fundamentais desses indivíduos que vivem à margem da sociedade.

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