Daniel Alves, que completou 40 anos enquanto estava preso, foi detido em 20 de janeiro, ao se apresentar à Justiça espanhola. Desde então, o ex-lateral-direito da seleção brasileira e do Barcelona se encontra sob custódia.
No mês de agosto, na mesma semana em que a Justiça decretou o fim das investigações, Daniel Alves desistiu de recorrer a quaisquer novos recursos para acelerar o julgamento e se tornar réu no processo. Segundo a defesa do jogador, ele está insatisfeito com o relato dos fatos contidos na decisão judicial, alegando que eles não condizem com a realidade do ocorrido.
A data do julgamento ainda não foi definida. Desde o início das investigações, Daniel Alves tem negado as acusações de estupro feitas pela jovem. De acordo com uma entrevista concedida por ele ao programa “Y Ahora Sonsoles”, do canal espanhol Antena 3, o jogador confirmou que estava na casa noturna na data do ocorrido, mas negou qualquer agressão, alegando que não conhecia a mulher. As versões dos fatos continuaram se alterando ao longo das investigações.
Além disso, o ex-jogador teve seu contrato com o clube mexicano Pumas rompido após ser preso, e também enfrentou o término de seu casamento com Joana Sanz. Durante o período em que esteve preso, Daniel foi acompanhado de perto pelos filhos e pela mãe deles, que se mantiveram próximos a ele em Barcelona. Um outro preso da mesma cadeia chegou a afirmar que o brasileiro sofria perseguição por parte de detentos.
O caso teve grande repercussão na imprensa espanhola no final do ano passado, quando o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton. A mulher estava acompanhada de amigas e a equipe de segurança do estabelecimento acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.
A Justiça espanhola aceitou a denúncia e decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro deste ano, após o depoimento do jogador. Desde então, a investigação tem sido conduzida pelo Juizado de Instrução 15 de Barcelona. O brasileiro já prestou depoimento de forma voluntária à polícia, sem a presença de seus advogados. Ele alegou que houve consentimento da vítima na relação sexual e que as contradições em suas declarações foram uma tentativa de esconder sua infidelidade para a mulher.
Caso seja condenado, Daniel Alves pode pegar uma pena de oito a dez anos de prisão, de acordo com o Código Penal da Espanha, que foi alterado em outubro de 2022 para tipificar crimes sexuais de acordo com o consentimento da vítima. Até o fim do julgamento, o ex-jogador continuará preso.
