Segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, a escassez de produtos agrícolas como arroz, soja, milho, trigo, carne e laticínios, provenientes do Rio Grande do Sul, pode resultar em um desequilíbrio entre oferta e demanda, o que tende a elevar os preços. De acordo com Dietze, o próximo ano pode ser crucial para a economia, pois a falta desses produtos essenciais terá um impacto severo.
A reconstrução e retomada da região afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul serão determinantes para o indicador Custo de Vida por Classe Social (CVCS) na RMSP. Com quase 95% da atividade econômica do Estado atingida pelas cheias, os polos industriais enfrentam grandes desafios.
Apesar de um início de ano com aumento moderado no grupo de alimentos, a inflação voltou a crescer em abril. Dietze aponta que os preços continuam pressionados não apenas pela oferta escassa, mas também pelos custos crescentes, como o aumento do óleo diesel. A expectativa é de um aumento ainda mais expressivo nos alimentos a partir de junho, especialmente em frutas e lácteos.
O efeito cascata da inflação em alimentos e transportes também pode afetar a cadeia de logística na RMSP, onde estão localizados importantes centros de distribuição. Além disso, há incertezas sobre o impacto do desastre ambiental na indústria do aço e nos insumos necessários para a produção, o que pode afetar os custos e a logística da indústria.
Diante desse cenário complexo, é fundamental acompanhar de perto os desdobramentos do desastre ambiental no Rio Grande do Sul e seus reflexos na economia da RMSP nos próximos meses. A população e os empresários devem se preparar para enfrentar um período desafiador em termos de custo de vida e inflação.