Maria Torres, uma cozinheira voluntária em uma instituição de caridade, relatou que o aumento da inflação tem afetado diretamente a quantidade de famílias necessitadas que procuram por ajuda. Segundo ela, o número de famílias em situação de fome passou de 20 para 70 nos últimos meses, o que demonstra o agravamento da crise. Torres, que atualmente está desempregada, destacou que a situação é cada vez mais preocupante, já que há cada vez menos recursos disponíveis e mais pessoas precisando de ajuda.
A situação econômica do país piorou após a posse do presidente libertário Javier Milei, que adotou medidas de desvalorização do peso e cortes em subsídios públicos. Isso resultou em uma rápida escalada inflacionária, levando os preços a dobrarem em dezembro e atingirem níveis comparáveis à hiperinflação dos anos 1990. Além disso, a pobreza atingiu 40% da população, o que representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores.
Apesar das ações do governo de Milei para estabilizar a situação econômica, economistas consultados pela Reuters acreditam que a inflação deve permanecer alta nos próximos meses, causando impactos diretos na vida da população. Além disso, o Fundo Monetário Internacional prevê uma contração de 2,5% na economia argentina em 2024, o que evidencia a gravidade da situação.
Diante desse cenário, a população mais vulnerável do país enfrenta desafios cada vez maiores para garantir condições mínimas de sobrevivência. O aumento da fome e a dificuldade de acesso a alimentos básicos demonstram a urgência de medidas efetivas para enfrentar a crise e garantir o bem-estar da população argentina.
