Em “Anora”, o espectador é apresentado à história de uma garota de programa russa em Nova York, cujo envolvimento com um playboy russo desmiolado revela uma visão crua do suposto conto de fadas urbano. O filme aborda questões complexas sobre as relações humanas e a busca por um lugar ao sol em um país cheio de contrastes.
Já em “A Cozinha”, a trama se desenrola nos bastidores de um restaurante em Manhattan, evidenciando a vida de imigrantes hispânicos que lutam para se estabelecer em um ambiente cheio de oportunidades e desafios. O diretor Ruizplacios tece uma narrativa coral, destacando as relações de exploração e vulnerabilidade presentes nesse microcosmo da sociedade americana.
Outro filme em destaque é “O Brutalista”, de Brady Corbet, que narra a jornada de um imigrante húngaro na América do pós-guerra, tentando conquistar seu lugar em meio a uma sociedade marcada pela riqueza, o preconceito e a busca por identidade. A obra oferece um retrato contundente das exigências e contradições enfrentadas por aqueles que buscam uma nova vida nos Estados Unidos.
Por fim, “Megalópolis”, a aguardada obra de Francis Ford Coppola, encerra a mostra com uma reflexão sobre a decadência do sonho americano e a queda dos impérios. Após 40 anos de produção, o filme promete provocar reflexões sobre a trajetória dos EUA e seu impacto no mundo contemporâneo.
Em meio a essa diversidade de abordagens, a 48ª Mostra de Cinema de São Paulo revela um panorama multifacetado e instigante sobre a realidade por trás do tão almejado “sonho americano”. As obras apresentadas desafiam as concepções tradicionais e convidam o público a refletir sobre as complexidades e contradições de uma nação em constante transformação.






