Pyongyang decretou, no ano passado, a Coreia do Sul como um “Estado hostil”, iniciando um processo de apagamento dos sinais em prol da unificação da península, que foi dividida pela guerra entre 1950 e 1953. As rodovias de Gyenongui e Donghae foram explodidas em território norte-coreano, a apenas dez metros da linha de demarcação militar entre os dois países. Este movimento simbólico foi completado por escavadeiras, de acordo com informações do Estado-Maior sul-coreano.
Os militares de Seul responderam com tiros de advertência ao longo da Zona Desmilitarizada que separa as duas nações, demonstrando o clima de tensão que impera na região. A pandemia fechou ainda mais a Coreia do Norte, que retomou os testes de mísseis balísticos com capacidade nuclear como forma de pressionar os Estados Unidos, fiadores de Seul, a retomar as negociações.
A resposta americana foi de acelerar a integração militar com a Coreia do Sul e tomar ações para se preparar em caso de guerra nuclear na península. A Coreia do Sul não abriga mais armas atômicas americanas, e o Norte estima possuir cerca de 50 ogivas nucleares.
O clima de hostilidade entre os dois países ganhou destaque com a explosão das rodovias, que eram sinais de boa vontade entre os regimes rivais. A situação levanta preocupações sobre a possibilidade de uma guerra, que hoje provavelmente seria concentrada em poder aéreo, mísseis e artilharia.
Além disso, a aproximação entre a Coreia do Norte e a Rússia tem gerado tensões adicionais, levantando questionamentos sobre transferência de tecnologias avançadas e possíveis abastecimentos de armas para conflitos como o da Ucrânia. O mundo observa com atenção os desdobramentos desse complexo cenário geopolítico.