Repórter São Paulo – SP – Brasil

COP de biodiversidade pode incluir comunidades afrodescendentes na resolução final pela primeira vez, revela documento preliminar.

A Conferência das Partes (COP) de biodiversidade da ONU está marcando história ao abordar explicitamente a importância das comunidades afrodescendentes, como os quilombos, para a conservação da natureza e o desenvolvimento sustentável. Pela primeira vez, o documento proposto para a conclusão da COP16, em Cali, na Colômbia, menciona a inclusão dessas comunidades, juntamente com os povos indígenas.

De acordo com a primeira versão do documento, além das menções no relatório final da COP, está prevista a criação de um programa de trabalho específico para os povos indígenas e comunidades locais, bem como a instituição de um órgão permanente dedicado a esses temas. O apoio do Brasil e da Colômbia é fundamental para essa proposta avançar.

A inclusão dos afrodescendentes nos documentos oficiais da ONU era uma demanda antiga, e finalmente parece estar sendo materializada. Após anos de discussões, os povos indígenas foram citados explicitamente, e agora os afrodescendentes também pleiteiam seu espaço. A mudança de posição do Congo, um dos países líderes nas discussões africanas, foi crucial para destravar esse debate.

O documento ainda está em fase de elaboração e contém termos genéricos e trechos destacados entre colchetes, indicando pontos a serem discutidos. A resistência de alguns países, incluindo africanos, está relacionada a questões econômicas e ao receio de aumento na disputa por recursos destinados à conservação da biodiversidade.

Representantes de organizações afrodescendentes ressaltam a importância histórica desse debate para o reconhecimento e preservação dos conhecimentos e práticas dessas populações em seus territórios. A inclusão dos afrodescendentes nas discussões sobre biodiversidade representa um avanço significativo para garantir a representatividade e participação dessas comunidades em questões ambientais globais.

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