Consumidores serão prejudicados pelo fim do parcelamento sem juros, afirma Haddad.

A solução para o rotativo do cartão de crédito não pode prejudicar nem consumidores nem o comércio, afirma o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em uma entrevista concedida a jornalistas nesta segunda-feira (14), o ministro não revelou qual seria a proposta preferida do governo para resolver o problema do alto endividamento, mas ressaltou que o consumidor não pode ser prejudicado pelo fim do parcelamento sem juros.

Haddad destacou que o parcelado sem juros corresponde a mais de 70% das compras realizadas no comércio, e que é preciso ter cuidado para não afetar esse setor nem gerar mais problemas para resolver o primeiro. Ele ressaltou que não há uma proposta oficial dos bancos em relação ao rotativo do cartão de crédito, e que é necessário que apresentem dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento.

Um grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Fazenda, Banco Central, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Câmara dos Deputados e Senado está trabalhando para encontrar uma solução em até 90 dias.

Segundo o Banco Central, a taxa média de juros do crédito rotativo encerrou junho em 437,3% ao ano. Haddad reforçou que a solução para o problema do rotativo virá do grupo de trabalho. “Estamos levando ao Congresso Nacional, sobretudo à Câmara, um compromisso feito pelo setor privado, pelos bancos públicos e privados, de que isso tem que ter um prazo para terminar”, afirmou.

Além disso, o ministro da Fazenda revelou que entrou em contato com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para resolver um mal-entendido causado por uma declaração sobre a concentração de poderes entre os deputados. Haddad afirmou que a frase foi interpretada como uma crítica à atual legislatura, mas na verdade era uma reflexão sobre o fim do presidencialismo de coalizão.

Haddad ressaltou que as críticas não tiveram caráter pessoal e destacou a boa relação que possui com Arthur Lira. O ministro lembrou que trabalhou em conjunto com os deputados no primeiro semestre para aprovar importantes projetos.

Quanto às offshores (empresas mantidas para guardar recursos no exterior), o ministro afirmou que o governo pretende enviar um projeto de lei ao Congresso para taxá-las, caso a Medida Provisória 1.171 perca a validade no final deste mês. O objetivo é utilizar esses recursos para zerar o déficit primário até 2024.

Em resumo, o ministro da Fazenda enfatiza a importância de encontrar uma solução para o rotativo do cartão de crédito que não prejudique nem consumidores nem o comércio. Ele também esclarece um mal-entendido com o presidente da Câmara dos Deputados sobre declarações a respeito do poder legislativo. Além disso, o governo pretende taxar as offshores para obter recursos e equilibrar as contas públicas.

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