Um dos episódios mais marcantes dessa mudança de postura foi a aprovação da Resolução n. 2.378/2024, que proíbe médicos de realizarem o procedimento de assistolia fetal em gestações resultantes de estupro com mais de 22 semanas. Essa medida, que foi derrubada pelo STF, gerou polêmica e reforçou a imagem do CFM como um defensor de ideologias retrógradas e prejudiciais à saúde das mulheres.
Além disso, durante a pandemia, o CFM defendeu a autonomia médica irrestrita, permitindo a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina. Mesmo diante das evidências científicas que negavam a eficácia desses medicamentos, o CFM continuou respaldando sua utilização, contribuindo para disseminar desinformação e colocar em risco a vida dos pacientes.
Outra questão levantada foi a postura de alguns médicos bolsonaristas ligados ao CFM, que propagaram discursos antivacina e questionaram a segurança e eficácia das vacinas contra a covid-19. Em um cenário em que a vacinação é fundamental para o controle da pandemia, a atuação desses profissionais foi duramente criticada e evidenciou um problema maior de negacionismo científico dentro da classe médica.
Diante desse cenário, a omissão do CFM em coibir práticas contrárias às evidências científicas e em punir médicos anticiência tem levantado questionamentos sobre a verdadeira função do órgão. Enquanto a comunidade científica busca promover a saúde por meio de práticas baseadas em evidências, o CFM parece seguir uma agenda política que vai de encontro a essa premissa, colocando em xeque a credibilidade e a ética da medicina no Brasil.
Espera-se que o CFM reveja suas posições e volte a se alinhar com a ciência e a defesa da vida, cumprindo seu papel de proteger a saúde da população e garantir que a prática médica seja pautada por evidências e ética. É fundamental que um órgão tão importante como o CFM atue em prol da saúde pública e não se deixe levar por ideologias que coloquem em risco a vida e a segurança dos pacientes.