A votação no Conselho de Ética resultou em 15 votos favoráveis pela cassação do mandato de Brazão, um voto contra e uma abstenção. Esse resultado representa uma recomendação formal pela perda do mandato do deputado fluminense, mas a decisão final ainda depende do plenário. Serão necessários 257 votos dos 513 congressistas para que a cassação seja aprovada, ou seja, a maioria absoluta da Câmara.
O relatório da deputada Jack Rocha, que orientou pela cassação de Brazão, foi acompanhado pelos demais parlamentares. Rocha justificou sua posição afirmando que as provas coletadas tanto pelo Conselho de Ética quanto no curso do processo criminal são suficientes para demonstrar que o deputado possui um histórico de condutas inadequadas.
Por sua vez, Brazão se declarou inocente e alegou ser amigo de Marielle. Sua defesa, representada pelo advogado Cléber Lopes, argumentou que o Conselho de Ética não poderia punir o deputado, uma vez que o assassinato ocorreu antes de ele assumir o mandato. Além disso, a defesa criticou a forma como as testemunhas foram convidadas a depor, alegando prejuízo na defesa de Brazão.
No documento final apresentado ao Conselho de Ética, a defesa de Brazão contestou a delação premiada feita por Ronnie Lessa, apontado pela Polícia Federal como o assassino de Marielle. Alegou que a acusação é baseada em uma “fantasiosa estória de um homicida confesso” e apontou contradições e erros factuais na denúncia.
Agora, a decisão final sobre a cassação do mandato de Chiquinho Brazão deverá ser votada em plenário, em um momento crucial para a política nacional.
