A anexação da Crimeia foi seguida pelo estabelecimento de sanções econômicas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, com restrições principalmente na aquisição de tecnologias ligadas ao setor energético, que é o esteio da economia russa. Em dezembro de 2021, os Estados Unidos rejeitaram a proposta russa de negociação sobre a condição da Ucrânia, desencadeando a explosão de violência em fevereiro do ano seguinte.
Após a invasão russa, o regime de sanções tornou-se ainda mais rigoroso, incluindo o congelamento de ativos e reservas da Rússia, bem como sua exclusão do sistema Swift. A guerra na Ucrânia envolve questões locais e até mesmo históricas, mas é impossível entendê-la em sua totalidade sem considerar o componente da contenção da Rússia pelos Estados Unidos, a trajetória da escalada de tensões, a participação da OTAN e a capacidade de resposta russa.
Nos dois anos de guerra, a administração Biden tem tido dificuldades em se comprometer com o financiamento direto da Ucrânia, e a contraofensiva de junho de 2023 não apresentou resultados. Até o momento, a vitória está nas mãos da Rússia, que além da superioridade no campo de batalha e da conquista de territórios, frustrou os objetivos norte-americanos de isolamento político e asfixia econômica e financeira de Moscou.
A situação atual na Ucrânia revela um impasse na relação entre os Estados Unidos e a Rússia, com desdobramentos geopolíticos e econômicos significativos para ambas as partes. No entanto, a busca por uma solução pacífica e o equilíbrio de forças na região ainda estão longe de ser alcançados. Este cenário alimenta as suspeitas de que a disputa entre as duas potências continuará a moldar os rumos da Ucrânia e da região.