De acordo com a economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Geórgia Veloso, a confiança no comércio tem sido impactada pela redução nas vendas futuras, que os empresários têm previsto há seis meses consecutivos. Esse cenário é ainda mais preocupante, pois o índice atingiu o menor patamar desde o período marcado pela segunda onda de covid-19.
No mês de outubro, três dos seis principais segmentos do setor tiveram queda na confiança, especialmente devido à piora na avaliação sobre o momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 2,2 pontos, atingindo 90,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) encolheu 0,1 ponto, chegando a 87,9 pontos.
Veloso ressaltou que o início do quarto trimestre, geralmente aquecido por eventos como a Black Friday e o Natal, começou de forma morna, afastando a confiança do setor do nível de neutralidade. A incerteza dos empresários em relação ao comportamento da economia na virada do ano tem influenciado negativamente a confiança do comércio.
Os fatores que têm limitado a melhoria dos negócios, segundo os empresários, são competição, demanda insuficiente e custo financeiro. No entanto, a proporção de empresas que não relataram impedimentos aos negócios foi maior em outubro, comparado aos anos anteriores. Além disso, houve uma diminuição das queixas relacionadas à demanda insuficiente.
A pesquisa de Sondagem do Comércio de outubro foi realizada entre os dias 1º e 28 do mês, coletando informações sobre a percepção dos empresários do setor. A expectativa é que o comportamento da economia nos próximos meses continue influenciando a confiança do comércio, que se mantém em um patamar abaixo do ideal para a retomada do setor.