Segundo Claudio Justa, especialista em segurança pública, a hipótese mais provável sobre o início da atuação do grupo criminoso no estado é que líderes se rebelaram do Comando Vermelho (CV) e estabeleceram uma conexão com grupos rivais do Rio de Janeiro. Em geral, essas lideranças dissidentes assumem e cooptam jovens, especialmente para as chamadas “retomadas de território” ou para tomar áreas da facção rival, ganhando pontos na guerra de ruas.
Justa ressalta que quando ocorrem rupturas dentro de uma facção grande, pressupõe-se que exista financiamento de uma facção rival. Além disso, ele afirma que quando há confronto direto entre facções, em via de regra, é uma dissidência dentro dessa mesma facção.
Além das facções cariocas, o Primeiro Comando da Capital (PCC) também tem atuação consolidada no Ceará. Um novo grupo criminoso local chamado Massa também tem se destacado na região.
Os conflitos entre as facções e a busca pela hegemonia no tráfico de drogas têm provocado um cenário de violência e instabilidade no estado. Nas últimas décadas, o Ceará foi palco de algumas das maiores disputas entre grupos criminosos, resultando em um dos maiores índices de homicídios do país.
Apesar disso, em 2023, houve uma diminuição da violência na capital e um aumento nos índices no interior do estado. Esse panorama reflete a complexidade da situação e a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades para combater a atuação das facções criminosas e garantir a segurança da população cearense.