Comunidades quilombolas no Espírito Santo temem exploração de sal-gema e relembram desastre em Maceió causado pela Braskem

Com uma jazida rica em sal-gema, as comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo estão temerosas em relação ao início da exploração do minério. O receio das comunidades é que a ação tenha um resultado semelhante ao desastre causado pela Braskem em Maceió.

O Estado do Espírito Santo é detentor da maior jazida de sal-gema na América Latina, com a presença do minério descoberta na década de 1970, revelando 110 mil hectares e quase 20 bilhões de toneladas do minério. A presença do sal-gema na região envolve áreas de quilombos, como o quilombo Córrego do Alexandre e Morro da Onça, que aguardam titulação desde 2015 e 2017, respectivamente, e estão em regiões ricas em sal-gema.

As comunidades quilombolas temem que a exploração do sal-gema possa trazer impactos negativos para suas terras e modo de vida, como a formação de cavidades e subsidência, que podem afetar a estabilidade do solo das áreas próximas, causando danos às construções. Além disso, o impacto psicológico causado pela possibilidade de desastres semelhantes aos ocorridos em Maceió gera preocupações entre os moradores.

Em 2021, 11 áreas de sal-gema no Espírito Santo foram leiloadas pela ANM (Agência Nacional de Mineração) e arrematadas por quatro empresas. No entanto, o Ministério Público Federal emitiu uma recomendação à ANM para suspender qualquer processo envolvendo a disponibilidade de áreas para exploração que tenham sobreposição com territórios quilombolas em processo de demarcação.

A exploração do sal-gema é realizada de maneira diferente a depender da espessura do sal. Os sais encontrados nas regiões são utilizados na indústria petroquímica para a produção de diversos produtos, como PVC, cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio.

Professores e especialistas destacam a importância do monitoramento e da sistematização das explorações de recursos naturais no Brasil, e reforçam a necessidade de priorizar a proteção das comunidades quilombolas. O mapeamento prévio do terreno e o monitoramento contínuo durante e após a extração são fundamentais para garantir a segurança e preservação das comunidades locais.

Portanto, é essencial que o processo de exploração seja realizado de maneira consciente e responsável, evitando impactos negativos para as comunidades e o meio ambiente. A sociedade deve compreender que extrair recursos naturais sem considerar as consequências pode acarretar sérios danos e, por isso, é crucial atuar de forma responsável em relação à exploração de minérios.

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