Segundo a Ouvidoria da Polícia, desde maio têm sido recebidas denúncias de violações de direitos humanos na favela, como invasão de domicílios, abordagens agressivas, toque de recolher contra comerciantes e outros atos que ferem a dignidade e os direitos dos moradores de Paraisópolis. O órgão alerta para o risco de uma escalada de violência na comunidade caso essas denúncias não sejam investigadas e combatidas.
O Comitê de Crise terá como uma das primeiras ações a elaboração de um dossiê com todas as denúncias recebidas, que será entregue ao comandante-geral da Polícia Militar no próximo dia 19. Além disso, está programada para a manhã deste sábado (6) uma caminhada em protesto contra a violência policial em Paraisópolis.
Diversas entidades e lideranças assinaram o manifesto de criação do comitê, incluindo o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), os institutos Sou da Paz e Vladimir Herzog, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, além de deputados de partidos como PT e PSOL.
Os incidentes de violência policial em Paraisópolis têm se intensificado nos últimos meses, com casos que resultaram em mortes e ferimentos de moradores, incluindo crianças. A presença ostensiva da polícia na região tem gerado medo e apreensão entre os moradores, que clamam por um policiamento que respeite os limites da lei e a dignidade humana.
Diante desse cenário de conflito e violência, é essencial que a sociedade civil e as autoridades competentes atuem de forma conjunta e eficaz para garantir a segurança e a integridade dos moradores de Paraisópolis, respeitando seus direitos e sua dignidade. A criação do Comitê de Crise é um passo importante nesse sentido, buscando sensibilizar a opinião pública e as autoridades para a gravidade da situação e a urgência de medidas preventivas e corretivas para evitar novas tragédias e abusos por parte das forças de segurança.