Segundo informações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, o presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato com 51,95% dos votos, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, recebeu 43,18%. No entanto, a oposição contesta os resultados e alega ter vencido a disputa presidencial.
A falta de reconhecimento do resultado por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), dos Estados Unidos, da União Europeia e até de países como Brasil, México, Colômbia, Argentina, Chile, Uruguai e Peru tem gerado tensões diplomáticas. O Brasil se uniu aos demais países em cobrança por transparência e apresentação das atas eleitorais por parte do governo de Maduro.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) propôs o requerimento de convite a Celso Amorim, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP-PI) sugeriu o convite a Mauro Vieira. Ambos devem prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre as ações tomadas em nome do Brasil diante da crise na Venezuela.
Para Tereza Cristina, é crucial que as ações do representante do governo estejam alinhadas com os interesses nacionais e com os princípios democráticos e de respeito à soberania dos países vizinhos. Já Ciro Nogueira critica o suposto silêncio do Brasil diante das suspeitas de fraude no pleito presidencial venezuelano.
A Comissão de Relações Exteriores do Senado, composta por 19 senadores titulares e 19 suplentes, é presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). A expectativa é que as oitivas dos diplomatas ocorram nas próximas semanas, com o objetivo de esclarecer a posição do Brasil em relação à crise na Venezuela e garantir transparência nas relações internacionais.