Os dados levantados indicam que as milícias tiveram uma redução de 19,3% em suas áreas de atuação de um ano para o outro, agora respondendo por apenas 38,9% dos territórios controlados por grupos criminosos. O Comando Vermelho conseguiu retomar 242 km² que haviam sido perdidos para as milícias em 2021, consolidando seu domínio principalmente na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano.
A morte de Ecko, uma das principais lideranças das milícias, em 2021, contribuiu para a instabilidade no grupo e abriu espaço para que o CV avançasse sobre essas áreas. Outras facções criminosas, como Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA), também tiveram recuos em seus territórios, evidenciando a ascensão do Comando Vermelho.
A pesquisa também revelou que a área controlada por grupos criminosos no Grande Rio mais do que dobrou de 2008 para 2023, passando de 8,8% para 18,2%. A milícia foi apontada como o grupo armado que mais cresceu nesse período, triplicando sua área de atuação.
Para Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, é fundamental a implementação de políticas públicas focadas na desarticulação das redes econômicas que sustentam os grupos armados, bem como na proteção de funcionários públicos que atuam em áreas de risco no Grande Rio. Enquanto medidas efetivas não forem adotadas, a oscilação entre o crescimento das milícias e a liderança do Comando Vermelho tende a persistir.