Segundo o manifesto, a participação nos espaços de poder e de tomada de decisão é uma reivindicação histórica do movimento negro, devido à inegável contribuição da população negra para a construção do Brasil. Com foco nas eleições de 2024, a coalizão também se propõe a analisar a distribuição de fundos partidários, identificar possíveis fraudes nas cotas raciais e combater a violência política. De acordo com Ingrid Farias, membro da coordenação da instituição, a Coalizão Negra por Direitos surge com o objetivo de fazer incidência política nos poderes executivo, legislativo, judiciário e no âmbito internacional.
Atualmente, a bancada negra ainda é minoritária, representando menos de 30% do parlamento. Nas eleições de 2022, a Coalizão Negra promoveu a pré-candidatura de 144 membros do movimento negro, resultando em 29 eleitos, sendo 11 na Câmara Federal e 18 nas Assembleias Estaduais. Esses números representaram uma leve ascensão na representatividade negra na política, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Para Mariana Andrade, representante da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal, o avanço de pessoas negras na política ainda é lento e a sub-representação é um desafio a ser superado. No entanto, Ingrid destaca a importância do “aquilombamento”, que consiste em ampliar a presença negra em diversos espaços, não apenas na política, visando fortalecer a democracia.
É crucial destacar que a população negra no Brasil não possui um projeto exclusivo para si, mas sim para toda a população brasileira. Portanto, as iniciativas da Coalizão Negra por Direitos buscam promover a igualdade e a representatividade no cenário político do país, visando a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os cidadãos.