Cinco anos após o desastre, Brumadinho enfrenta desafios econômicos e sociais causados pelo rompimento da barragem da Vale.

Há exatamente cinco anos, um dos maiores desastres ambientais e humanos da história do Brasil abalava a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais. O rompimento da barragem de resíduos da Vale deixou um rastro de destruição e morte, com 270 vítimas fatais, incluindo duas mulheres grávidas. As consequências desse trágico evento ainda são profundamente sentidas pela população local.

O documentário “Brumadinho, 5 anos depois da tragédia” traz relatos chocantes e comoventes sobre a vivência dos moradores da região. Ernando Almeida, morador do Córrego do Feijão, relembra o momento do desastre, comparando-o a um terremoto. Para ele e muitos outros, as lembranças desse dia ainda estão vivas e presentes em suas vidas.

A reportagem da Folha contou sobre as dificuldades enfrentadas pelo município, que atualmente recebe uma injeção mensal de R$ 50 milhões através de um programa de transferência de renda, além do pagamento de R$ 2,5 bilhões em indenizações às famílias das vítimas. O dinheiro, no entanto, não apaga as cicatrizes deixadas pelo desastre.

Brumadinho também enfrenta um inchaço populacional, com a afluxo de 10 mil trabalhadores contratados para as obras de reparação previstas no Acordo de Reparação entre a Vale e o Governo de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e o Ministério Público e a Defensoria Pública estadual. Além disso, houve um aumento significativo no uso de remédios controlados em meio ao luto coletivo e aos novos impactos emocionais e sociais pós-tragédia.

Rogério Patrício, morador do Parque da Cachoeira, compartilha sua tristeza pela morte do rio Paraopeba e pela contaminação da água, que afetou a vida selvagem e impactou diretamente a rotina da comunidade. O ex-pedreiro questiona: “Que dinheiro paga uma coisa assim?”. Para ele, a lama tirou a vontade de viver e ele sente saudade de tempos que não voltam mais.

A população de Brumadinho busca por justiça em meio a essas dores profundas. As reportagens especiais, com reportagem de Eliane Trindade, fotografia de Marlene Bergamo e coordenação de Beatriz Peres, trazem à tona o sofrimento e a luta pela superação da tragédia que mudou para sempre a paisagem e a vida das pessoas em Brumadinho.

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