Elas criaram uma planilha para registrar cada recusa e o motivo, além de como se sentiram em relação a isso. As negativas incluíram pedidos para revisar artigos de periódicos, escrever propostas de subsídios e assumir mais responsabilidades no trabalho. Mesmo tendo recusado 31 convites para palestras, as cientistas ainda aceitaram participar de 43 palestras e aulas como convidadas.
Após 10 meses, o grupo alcançou a meta das 100 recusas, e puderam extrair valiosas lições desse experimento. Uma delas foi que ao acompanhar de perto o próprio trabalho, tornou-se mais fácil dizer não, pois tinham uma visão mais clara de suas atividades. Além disso, perceberam que uma rejeição firme é mais eficaz do que um “não suave”, pois evita compromissos futuros maiores.
As cientistas, todas mulheres e acadêmicas na área social ambiental, publicaram suas descobertas em um artigo na revista científica Nature em 2022. Uma das conclusões mais marcantes foi que não sentiram arrependimentos por dizer não, mesmo lidando com sentimentos de culpa e preocupação em decepcionar os outros.
Ao ser questionada sobre o experimento realizado dois anos depois, uma das cientistas revelou que o grupo decidiu ampliar o desafio e cada uma se comprometeu a recusar 100 solicitações no período de um ano até dezembro de 2024, totalizando 400 recusas juntas. Essa iniciativa visa ainda mais o aprimoramento da habilidade de dizer não de forma assertiva.
A professora Siders destacou que, mesmo dizendo não com menos frequência, agora está recusando compromissos maiores que impactam significativamente em seu trabalho. Esse experimento não apenas ensinou valiosas lições às cientistas envolvidas, mas também serve como um exemplo importante para mulheres, que muitas vezes são solicitadas a assumir tarefas não promovíveis que consomem tempo. É fundamental saber estabelecer limites e priorizar o próprio bem-estar no ambiente profissional.