O estudo, divulgado pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), alerta para a necessidade de investimentos em pesquisa e ações governamentais para reverter a trajetória de elevação térmica projetada. A pesquisa considerou dois cenários para estimar as temperaturas futuras, comparando com o período entre 1961 e 1990.
No cenário mais otimista, prevê-se uma redução nas emissões de gases de efeito estufa, a partir de iniciativas como reflorestamento e políticas climáticas mais rígidas. Por outro lado, no cenário mais pessimista, as projeções consideram a manutenção das atuais políticas de emissões, expansão agrícola e alta dependência de combustíveis fósseis.
São Paulo, por ser um estado altamente urbanizado e com grande desenvolvimento econômico, apresenta um alto índice de modificação de seus espaços naturais. As projeções indicam um aumento da temperatura atmosférica em todo o estado, com menor impacto nas regiões litorâneas devido à influência oceânica.
Os cientistas destacaram que a temperatura máxima anual pode aumentar de 0,5 a 1,5ºC nas regiões litorâneas, enquanto no interior do estado a elevação pode chegar a 6ºC. Além disso, as ondas de calor prolongadas podem afetar principalmente a região noroeste, com mais de 150 dias consecutivos de calor intenso.
A APqC ressaltou a importância da ciência no alerta sobre as mudanças climáticas e cobrou do governo estadual medidas eficazes para lidar com o aquecimento global. No entanto, apontou que recentes extinções de instituições científicas fragilizam o sistema de pesquisa em São Paulo.
A falta de resposta da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística em relação às medidas para mitigar o aquecimento global levanta questionamentos sobre a postura do governo diante do cenário alarmante previsto para o estado de São Paulo. Medidas urgentes e eficazes são necessárias para lidar com os impactos das mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para a região.