A nova pesquisa, fruto de uma parceria entre a Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (AIEA) e o Instituto Antártico Argentino (IAA), faz parte da Iniciativa NUTEC Plastics da AIEA, que já realizou análises sobre a poluição por microplásticos em vários países ao redor do mundo.
Segundo Rafael Grossi, diretor geral da AIEA, a utilização de aplicações nucleares tem possibilitado a determinação precisa da quantidade e origem dos poluentes encontrados no fundo do mar da Antártida. Grossi ressalta a importância da saúde desse continente para a saúde do planeta como um todo.
O programa de pesquisa irá utilizar o navio quebra-gelo argentino Almirante Irízar para coletar amostras de guano de pinguins, sedimentos do fundo do mar e água ao redor da camada de gelo, que posteriormente serão analisadas na Base Carlini na Antártida e no centro de pesquisa da AIEA em Mônaco.
De acordo com Lucas Ruberto, pesquisador do IAA, os microplásticos, que são partículas menores que 5 milímetros, representam um problema global devido ao intenso uso de plásticos. A ingestão dessas partículas pelos organismos pode levar ao acúmulo e causar doenças, e estima-se que desde sua introdução no mercado, 7 bilhões de toneladas de plástico tenham sido despejadas no meio ambiente, a maioria no ambiente marinho.
Essa pesquisa representa mais um esforço no sentido de compreender e lidar com a ameaça representada pelos microplásticos, contribuindo para a preservação da Antártida e a vida marinha como um todo. As descobertas desse estudo poderão trazer insights valiosos para a adoção de políticas e práticas mais sustentáveis em relação ao uso e descarte de plásticos.