Essa não foi a primeira vez que o governo chileno tentou alterar a constituição. Anteriormente, o governo de Gabriel Boric já havia feito uma tentativa de mudança, e a tentativa de ontem foi a segunda em pouco mais de um ano. O interessante é que a primeira proposta de nova constituição, votada no ano passado, era predominantemente dominada pela esquerda. Já o texto rejeitado desta vez foi formulado majoritariamente por pautas de direita.
As manifestações por um novo texto constitucional tiveram início em 2019, durante o governo do presidente Sebastián Piñera. Na ocasião, o anúncio do governo de um aumento na tarifa de metrô gerou protestos em todo o país, dando início a um movimento que culminou no plebiscito do último domingo.
O resultado do plebiscito reflete a divisão política e social que o Chile tem vivenciado nos últimos anos. As manifestações populares, que começaram em 2019, trouxeram à tona questões importantes sobre desigualdade social, acesso a serviços básicos e representatividade política. A discussão em torno da nova constituição se tornou um símbolo dessas lutas e das divergências no país.
Com a reprovação da proposta de uma nova constituição, o Chile agora enfrenta o desafio de encontrar maneiras de lidar com essas questões e alcançar consensos em um cenário político marcado por divisões profundas. As próximas ações do governo e a reação da população frente a essa decisão devem ser acompanhadas de perto, uma vez que o tema da constituição continua sendo crucial para o futuro do país.