De acordo com documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS), a chikungunya era considerada uma doença pouco letal. No entanto, pesquisas recentes mostram que o vírus CHIKV, causador da febre chikungunya, pode levar a uma mortalidade maior do que o vírus da dengue, inclusive em pacientes jovens e saudáveis.
O CHIKV foi isolado pela primeira vez na Tanzânia, na África, e desde então tem se propagado pelo mundo. A semelhança dos sintomas da chikungunya com os da dengue dificulta o diagnóstico preciso, o que pode levar à subnotificação de casos e, consequentemente, de óbitos.
Estudos realizados em diferentes países demonstraram um aumento significativo na mortalidade causada pelo vírus chikungunya. Na Índia, por exemplo, episódios de óbitos relacionados à febre chikungunya foram descritos em diversas regiões. O mesmo fenômeno foi observado em epidemias na Ilha da Reunião, no Oceano Índico, onde houve um elevado número de mortes associadas à doença.
No Brasil, durante as epidemias de chikungunya em estados como Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, um grande número de óbitos foi registrado, porém, a maioria não foi diagnosticada corretamente como sendo causada pela chikungunya. Isso evidencia a importância de compreender a gravidade da doença e sua real impacto na mortalidade.
Diante dessas descobertas, é essencial reconhecer a febre chikungunya como uma doença ameaçadora e reforçar as medidas de vigilância, prevenção e tratamento. Investimentos em pesquisa para desenvolver vacinas eficazes e campanhas de conscientização pública são fundamentais para proteger a população e salvar vidas.
A mudança de paradigma sobre a grave letalidade da chikungunya é essencial para garantir a saúde pública e implementar medidas de combate eficazes. A aprovação da primeira vacina contra a chikungunya nos Estados Unidos representa um avanço significativo, e a inclusão dessa vacina no Programa Nacional de Imunizações no Brasil pode ser uma estratégia importante para prevenir novas epidemias e salvar vidas.