A dificuldade no escoamento da água na região está relacionada ao relevo e à hidrografia local, o que retarda a resolução do problema e prolonga a situação de alagamento. A baixa da maré também influencia no escoamento, o que pode gerar complicações em cidades como Rio Grande, onde o delta que conecta o lago dos Patos ao oceano se encontra.
Segundo os pesquisadores, a cheia de 1941 levou 32 dias para que o lago Guaíba voltasse a um nível abaixo de três metros, indicando a persistência deste tipo de situação ao longo dos anos. As previsões meteorológicas sugerem a manutenção do nível do lago acima de cinco metros, com possibilidade de novas precipitações, o que pode estender o período de cheia para além do dia 18.
O professor Rualdo Menegat destaca a posição geográfica de Porto Alegre como um dos fatores determinantes para a situação atual, juntamente com as mudanças climáticas e a falta de políticas de prevenção. A capital gaúcha, situada no nível do mar e cercada por rios que deságuam no lago Guaíba, enfrenta o desafio de lidar com o acúmulo de água vinda do interior do estado.
A preocupação do professor se estende às populações urbanas que não compreendem a vulnerabilidade da região onde habitam, ressaltando a necessidade de conscientização sobre os limites da ocupação humana. Menegat ressalta também a importância do combate aos eventos climáticos extremos, que têm se intensificado e afetado cada vez mais regiões do Sul do Brasil.
Diante deste cenário desafiador, as autoridades e a população de Porto Alegre devem estar atentas e preparadas para lidar com as consequências da cheia do lago Guaíba, buscando soluções sustentáveis e eficazes para minimizar os impactos causados pela elevação das águas na região.