O chefe de gabinete do vereador, Jorge Fernandes, foi apontado como líder do esquema e teve sua conduta detalhada em um relatório da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP-RJ. Segundo o relatório, Fernandes teria pagado boletos em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de quitar boletos em nome do próprio Carlos Bolsonaro entre os anos de 2012 e 2019.
As informações levantadas durante a investigação foram divulgadas pelo ICL Notícias em julho e posteriormente confirmadas pela Folha de S.Paulo após a denúncia contra Fernandes. O chefe de gabinete do vereador afirmou em depoimento ao MP-RJ que nunca pagou boletos em nome de terceiros, mas as evidências apontam o contrário.
Carlos Bolsonaro se pronunciou sobre o arquivamento da investigação contra si, demonstrando tranquilidade diante da situação e declarando confiança em seus funcionários. No entanto, a denúncia contra membros de seu gabinete despertou indignação no vereador.
O relatório do MP-RJ revelou que Fernandes realizou pagamentos de boletos no valor de R$ 23,4 mil em nome de Carlos Bolsonaro, além de quitar despesas de Jair e Michelle Bolsonaro. O documento também levanta suspeitas sobre a falta de pagamento de planos de saúde informados no Imposto de Renda do vereador.
A investigação contra Carlos foi aberta após a descoberta de uma “funcionária fantasma” em seu gabinete, e a quebra de sigilo bancário de servidores e empresas envolvidas no esquema evidenciou o uso de dinheiro vivo para dificultar a identificação das transações.
Em paralelo, um laudo do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP apontou uma movimentação financeira suspeita envolvendo Carlos Bolsonaro, com saques que correspondem a 87% de sua remuneração recebida da Câmara Municipal. Esses indícios levantam questões sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do vereador.
Diante das acusações e evidências apresentadas, o caso segue em investigação para esclarecer a conduta dos envolvidos e a possível prática de crimes no gabinete de Carlos Bolsonaro.