Chefe da Genius Sports alerta sobre vulnerabilidade do futebol brasileiro à manipulação de jogos e apostas, durante depoimento na CPI.

O futebol brasileiro tem sido alvo de preocupações com relação à integridade de suas competições esportivas. Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Tiago Horta Barbosa, chefe de integridade para a América Latina da empresa britânica Genius Sports, destacou a vulnerabilidade do cenário nacional para a ação de manipuladores, especialmente devido aos baixos salários dos atletas.

Barbosa ressaltou que o Brasil é o país com o maior número de partidas de futebol disputadas no mundo, o que torna o ambiente propício para possíveis manipulações. Ele ainda enfatizou a experiência da Genius Sports, que conta com mais de 160 ligas e federações esportivas em seu portfólio, e a importância do uso de tecnologias avançadas para identificar situações suspeitas no mercado de apostas.

Para combater a corrupção no esporte, Barbosa destacou a necessidade de vigilância constante e de respostas rápidas às táticas utilizadas por indivíduos corruptos. Além disso, ele alertou para o potencial de jogadores menos favorecidos enxergarem na manipulação uma oportunidade de mudança em suas vidas, sobretudo considerando as estatísticas que indicam que a maioria das fraudes ocorre em torneios de divisões inferiores.

O representante da Genius Sports defendeu a educação como chave no combate à manipulação de competições esportivas e ressaltou a importância de sistemas de integridade eficazes. Questionado sobre a concorrência entre empresas de monitoramento esportivo, Barbosa afirmou que a atuação de várias entidades pode fortalecer a detecção de fraudes, desde que sejam seguidas as recomendações da Fifa.

Sobre o caso do jogador Lucas Paquetá, investigado na Inglaterra por suspeitas de envolvimento em esquemas de apostas, Barbosa não emitiu opinião, destacando a confiança da Federação Inglesa em seus parceiros. Ele também mencionou a diferença de níveis de maturidade no trabalho de integridade esportiva entre Europa e Brasil, apontando que o país europeu possui uma vantagem de 10 a 15 anos nesse aspecto.

Diante do desafio de garantir a integridade nas competições esportivas, Barbosa destacou o progresso das entidades brasileiras, mas reconheceu a necessidade de avanços e de uma atuação mais colaborativa entre os diversos stakeholders do esporte nacional. A contínua evolução e a adoção de práticas eficazes de prevenção e detecção de fraudes são fundamentais para manter a integridade das competições esportivas no Brasil.

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