O acordo entre o governo de Gustavo Petro e o chefe da guerrilha, conhecida como Estado-maior Central (EMC), Iván Mordisco, foi formalizado por meio de um documento com 11 pontos. O EMC é composto por rebeldes que rejeitaram o acordo de paz assinado em 2016 entre o governo e as Farc.
O documento destaca que as partes têm o direito de defesa e manterão as medidas de segurança no âmbito do respeito ao direito internacional humanitário. Além disso, foi acordado que as Nações Unidas, a missão de apoio ao processo de paz da OEA, a Conferência Episcopal da Colômbia e o Conselho Mundial de Igrejas acompanharão permanentemente o processo de diálogo. Uma comissão para “resolução de contingências” também será formada.
Os delegados do governo e do grupo guerrilheiro estiveram reunidos desde quinta-feira nas montanhas do departamento de Cauca, no sudoeste do país, em um encontro formal entre as partes. O presidente Gustavo Petro busca uma saída dialogada para décadas de conflito armado na Colômbia, por meio de negociações de paz com todos os grupos à margem da lei, chamada por ele de “paz total”.
No entanto, as tentativas de Petro de estabelecer cessar-fogos bilaterais têm sido desafiadas pelos grupos armados. Em dezembro, ele declarou um cessar-fogo bilateral com o EMC e outros quatro grupos armados, mas esses grupos negaram a medida, alegando que era unilateral. Em junho, um novo cessar-fogo foi acertado entre o governo e o Exército de Libertação Nacional.
O plano de “paz total” foi uma das principais propostas de campanha de Petro, que foi eleito como o primeiro líder de esquerda do país em junho de 2022. No entanto, as constantes suspensões e retomadas de tréguas têm sido um desafio para o presidente. Ele retomou os contatos com o ELN logo após assumir o cargo, após as negociações terem sido suspensas pelo ex-presidente Iván Duque em 2019.