Cenário 2024: Importações de diesel russo pelo Brasil devem continuar, apontam especialistas.

Desconforto com o Ocidente e riscos

O cenário atual de importações de diesel tem causado desconforto no mercado brasileiro. Segundo o especialista Faucz, essa mudança não foi impulsionada por uma política pública deliberada, mas sim pelo dinamismo dos agentes privados em busca das melhores oportunidades de mercado.

De acordo com Faucz, ainda não houve um escrutínio significativo por parte dos Estados Unidos ou da União Europeia em relação aos fluxos de petróleo e derivados da Rússia. Isso se deve, em parte, às preocupações globais com a inflação e os preços dos combustíveis, em especial em um ano eleitoral crítico nos Estados Unidos.

Em setembro de 2023, o governo russo ordenou a proibição das exportações de combustíveis do país, o que fez com que importadores brasileiros tivessem que buscar opções de última hora. Apesar desse cenário, o especialista Araújo argumenta que não existe um risco significativo de descontinuidade das operações.

Faucz alerta que uma suspensão ou redução nas exportações russas provocaria um aumento nos preços em escala global, afetando as refinarias locais no Brasil. Além disso, as importadoras brasileiras poderiam enfrentar uma redução nas suas margens de lucro, o que teria impacto direto no preço final ao consumidor, podendo aumentar o custo do diesel nas bombas.

Cenário provavelmente mantido em 2024

Para o próximo ano, é provável que o Brasil mantenha a tendência de importação de diesel russo, com o país seguindo com os descontos atrativos, de acordo com Faucz. Ele acredita que, se as condições dos mercados continuarem favorecendo esta opção, a importação se manterá constante.

Araújo aponta que, considerando a expectativa de alta do PIB em 2024 e a forte correlação existente da atividade com o consumo de diesel, o volume importado deverá ser um pouco maior que o verificado em 2023. Ele também ressalta que a expectativa é de que a Rússia continuará ofertando produto com desconto, sendo a melhor opção para os importadores.

Portanto, diante do contexto atual e das projeções para o próximo ano, o Brasil continuará dependendo das importações de diesel russo para suprir suas necessidades energéticas. A manutenção dessa dependência traz consigo riscos e incertezas para o mercado nacional, que precisará se adaptar a essas condições e buscar alternativas para garantir o abastecimento de combustível no país.

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