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Celly Campello: a pioneira do rock brasileiro que não teve o devido reconhecimento por sua contribuição musical

O jornalista Gonçalo Junior, renomado autor de dezenas de livros que retratam personalidades da cultura brasileira, concentra-se agora em mais um projeto ambicioso: a biografia da cantora Celly Campello. Com uma carreira marcada por sucessos como “Estúpido Cupido”, “Banho de Lua” e “Broto Legal” nos anos 1950, Campello foi uma pioneira do rock nacional, abrindo caminho para artistas como Rita Lee, Raul Seixas e Os Mutantes.

Ao mergulhar em pesquisas para seu próximo livro, Gonçalo Junior se deparou com um vazio na história da música brasileira, onde a figura de Celly Campello não havia recebido o devido reconhecimento. Decidido a preencher essa lacuna, o autor uniu forças com o documentarista Dimas Oliveira Junior, que detinha acesso privilegiado à família da cantora e material inédito sobre sua trajetória.

Após seis anos de intensas pesquisas, entrevistas e imersão no universo de Campello, Gonçalo Junior lança “Garota Fenomenal – Celly Campello e o nascimento do Rock no Brasil”, em parceria com Dimas Oliveira Junior. A obra será apresentada neste sábado na feira do livro do festival In-Edit, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Além de retratar minuciosamente a vida e obra de Celly Campello, o livro contextualiza a chegada do rock’n’roll ao Brasil e a influência da cantora na jovem guarda. A autora foi uma das primeiras artistas brasileiras a se aventurar nesse gênero musical, conquistando fãs e influenciando toda uma geração.

Mesmo com o sucesso estrondoso alcançado nos anos 1960, Celly Campello enfrentou obstáculos e críticas da imprensa, que a rotulava de forma pejorativa. Seu estilo de vida discreto, longe dos holofotes, e sua imagem associada à dona de casa tradicional não condiziam com o estereótipo de uma estrela do rock.

Após tentativas de retorno nos anos seguintes, em 1996 a cantora foi diagnosticada com câncer de mama, vindo a falecer em 2003. Seu legado, no entanto, permanece vivo, sendo resgatado e celebrado por Gonçalo Junior e Dimas Oliveira Junior em sua biografia, que busca restituir a importância de Celly Campello para a música brasileira e para a história do rock no país.

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