Nascido no bairro do Catete e criado em Botafogo, Leonam mudou-se para Ipanema aos 29 anos, onde se tornou uma figura lendária do bairro. Segundo relatos de sua filha Manoela Penna, Leonam era conhecido por seu vozeirão e pela habilidade de transformar histórias simples em relatos fantásticos. Ele foi responsável por popularizar o hábito de aplaudir o pôr do sol na praia de Ipanema, uma tradição que perdura até os dias de hoje. Além disso, foi ele quem cunhou a expressão “esquerda festiva”.
Além de suas habilidades como contador de histórias, Leonam era um talentoso fotógrafo e jornalista, tendo registrado momentos marcantes da história do Brasil e do mundo, como a posse do papa João Paulo 2º em 1978 e as Copas do Mundo e Olimpíadas. Suas fotos emblemáticas, como a de Leila Diniz coberta apenas por uma estola de pelo e o retrato de Chico Buarque que virou capa do disco “Construção”, são parte importante do legado deixado por ele.
Aos 84 anos, Leonam partiu deixando um rastro de saudades em seus três filhos, Manoela, Caetano e Elisa, e seus dois netos, Cecilia e Oliver. Sua morte representa o fim de uma era de boemia e criatividade que marcou uma geração de artistas e intelectuais brasileiros, cujas histórias são parte fundamental da rica história cultural do país. O seu legado perdurará pelos corredores da memória e da arte, celebrando a vida desse personagem singular que foi Carlos Leonam.
