Atualmente, além dos juros altos, é cobrada uma taxa de 2% daqueles que não pagam integralmente a fatura do cartão. O presidente do BC ressaltou a importância de encontrar uma maneira de reequilibrar essa situação, evitando que as pessoas percam poder de compra. Ele explicou que o assunto está sendo discutido com vários setores e que ainda não foi tomada nenhuma decisão. O Banco Central fornece o aspecto técnico, o Congresso analisa a viabilidade política das propostas e o Ministério da Fazenda trabalha na ligação entre o aspecto técnico e o que pode ser aprovado pelo Congresso.
Na semana passada, durante uma audiência com senadores, Campos Neto mencionou que o fim do rotativo do cartão de crédito era a solução que estava avançando nas discussões. Ele também mencionou a possibilidade de criar uma tarifa para frear o parcelamento sem juros, uma proposta que não é bem vista pelos técnicos da autoridade monetária nem pelos lojistas e consumidores.
Após o episódio, o presidente do BC recebeu críticas por ter antecipado o assunto no Congresso Nacional. Para evitar mais desgaste, ele se limitou a dizer que é necessário encontrar um reequilíbrio na equação e destacou a importância do parcelamento sem juros para a economia e para o consumo da população.
Existe a expectativa de que uma solução seja encontrada nos próximos 90 dias, conforme indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta quinta-feira, o ministro vai se reunir com representantes da Associação Brasileira de Internet (Abranet) e da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag) para discutir o assunto.
Os bancos cobraram em junho uma taxa média de juros de 437,3% ao ano no rotativo do cartão de crédito, de acordo com dados do Banco Central. A inadimplência na modalidade ficou em 49,1% no mesmo mês. Especialistas recomendam o uso do rotativo apenas em casos emergenciais, já que é a linha de crédito mais cara do mercado.