Brasileiros revelam seus desejos mais profundos em instalação artística no CCBB SP: “O que faria se o dinheiro não fosse problema?”

Uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, está trazendo à tona reflexões sobre o subdesenvolvimento e como os artistas brasileiros reagiram a esse conceito ao longo do tempo. A mostra, intitulada “Arte Subdesenvolvida”, que começou no dia 29 de maio, conta com uma instigante instalação chamada “inventário de sonhos de consumo”, criada a partir de perguntas feitas a diversos brasileiros sobre o que realizariam se o dinheiro não fosse um problema.

As respostas incluíram desde viagens ao redor do mundo até presentear a mãe com uma visita ao mar, além do sonho de possuir um Playstation 5. O artista visual responsável pela instalação, Randolpho Lamonier, se surpreendeu com a diversidade de sonhos revelados pelos entrevistados e decidiu expor essas aspirações logo na entrada do CCBB. A instalação dialoga com a proposta da exposição, que busca discutir a condição de subdesenvolvimento enfrentada pelo Brasil em diferentes épocas.

De acordo com Moacir dos Anjos, curador da exposição, a ideia de subdesenvolvimento foi associada ao país a partir da Segunda Guerra Mundial, influenciando políticas econômicas, sociais e culturais. A exposição reúne trabalhos de artistas brasileiros dos anos 30 até o início dos anos 80, mostrando como a arte foi uma forma de reagir e refletir sobre a condição do país na época.

A mostra foi dividida em cinco núcleos, todos relacionados ao tema da fome, que foi uma questão recorrente nas produções artísticas dos brasileiros. Desde os anos 30 até o final dos anos 70, a fome esteve presente nas obras dos artistas, refletindo as condições sociais e econômicas precárias vividas pelo país. A exibição é gratuita e estará em cartaz até 5 de agosto, sendo uma oportunidade para refletir sobre as questões levantadas pelos artistas e como elas ainda são relevantes nos dias de hoje.

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