O processo no Brasil foi aberto em novembro de 2017, mas só foi retomado recentemente, após as autoridades brasileiras tomarem conhecimento da prisão de Cavalcante nos EUA em meados de 2021. No entanto, até o momento, o caso ainda não teve um desfecho. A ação penal está nas mãos da Vara Especializada no Combate à Violência contra a Mulher e Crimes Dolosos contra a Vida, na Comarca de Gurupi, no Tocantins.
De acordo com informações da imprensa norte-americana, Cavalcante está sendo procurado pelas autoridades do condado de Chester e pela Polícia Estadual da Pensilvânia, sendo considerado extremamente perigoso. As autoridades dos EUA estão oferecendo uma recompensa financeira para qualquer pessoa que possa fornecer informações sobre o paradeiro do fugitivo.
O brasileiro foi condenado no dia 16 de agosto deste ano pelo assassinato de sua ex-namorada, Deborah Evangelista Brandão. O crime ocorreu em abril, na cidade de Phoenixville, na Pensilvânia. A vítima, de 34 anos, foi morta na frente de seus dois filhos, com quem morava nos Estados Unidos. Ela era natural de Balsas, no Maranhão. Até o momento, a defesa de Cavalcante nesse caso não foi localizada.
No Brasil, Cavalcante se tornou réu no final de 2017 por homicídio qualificado. Em 5 de novembro daquele ano, ele disparou seis tiros contra Válter Júnior Moreira dos Reis, causando a morte imediata da vítima.
Segundo o Ministério Público, o crime foi motivado por uma suposta dívida que a vítima tinha com o réu, referente ao conserto de um veículo. Após o assassinato, Cavalcante fugiu e não foi mais visto pelas autoridades brasileiras.
Com a prisão do brasileiro nos EUA, a polícia federal do Tocantins alertou que ele estava à disposição da justiça no país estrangeiro por cometer mais um homicídio. A juíza Keyla Suely Silva da Silva, da 1ª Escrivania Criminal de Figueirópolis, pôde determinar a citação do réu por meio de uma carta rogatória em junho de 2021.
No final daquele ano, a Polícia Federal pediu a inclusão do mandado de prisão do réu na lista vermelha da Interpol, para que ele fosse obrigado a cumprir a prisão preventiva no Brasil. No entanto, essa solicitação foi negada pela Justiça, que afirmou que o julgamento deveria ocorrer nos Estados Unidos, onde o assassinato da ex-companheira aconteceu.
A juíza destacou em sua decisão que seria possível realizar audiências com o réu mesmo que ele estivesse preso nos EUA, por meio de videoconferência. Na ação penal referente ao caso de 2017, a defesa foi feita por um representante da Defensoria Pública do Estado do Tocantins.
O defensor público Magnus Kelly Lourenço de Medeiros, responsável pelo caso, afirmou que nunca conseguiu entrar em contato com Cavalcante desde o crime em 2017. Ele também informou que, apesar da retomada do processo em 2021, as videoconferências planejadas com o apoio do presídio nos EUA nunca foram realizadas.