Brasileiro condenado à prisão perpétua por assassinato nos EUA não poderá cumprir pena no Brasil devido a acordo de extradição

Após quase duas semanas de fuga de um presídio na Pensilvânia, o brasileiro Danilo Cavalcante, condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada em 2021, foi recapturado pela polícia americana nesta quarta-feira (13). No entanto, devido ao acordo de extradição entre Brasil e Estados Unidos, Cavalcante não poderá cumprir sua pena no país natal. De acordo com o tratado, os Estados Unidos têm soberania na execução penal do caso, uma vez que o crime foi cometido, julgado e condenado no país.

O brasileiro foi sentenciado à prisão perpétua em 16 de agosto pelos crimes cometidos contra a brasileira Deborah Brandão, sua ex-namorada. Segundo a acusação, ele desferiu 38 facadas contra a vítima na frente de seus dois filhos pequenos. A advogada criminalista Cristiane Dupret explica que o caso não atende aos critérios de extraterritorialidade previstos no Código Penal Brasileiro, que possibilitariam a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território estrangeiro.

Além disso, o tratado interamericano envolvendo Brasil, Estados Unidos e outros países também impede que Cavalcante cumpra a pena imposta nos EUA em solo brasileiro, já que a prisão perpétua é proibida pela legislação brasileira. No entanto, no Brasil, o brasileiro é alvo de processo por outro assassinato, no qual é acusado de ter disparado seis vezes contra Válter Júnior Moreira dos Reis em novembro de 2017.

O julgamento desse caso está marcado para o próximo dia 11, e a previsão é que seja realizado por videoconferência, considerando que Cavalcante foi encaminhado para um presídio de segurança máxima nesta quinta-feira. O Tribunal de Justiça do Tocantins enviou uma intimação à Justiça americana no início de novembro do ano passado para que o acusado participasse de uma audiência virtual, porém, ele se recusou a assinar a citação, adiando o processo.

Dayane Moreira dos Reis, irmã da vítima do homicídio no Tocantins, acredita que o julgamento só foi marcado agora devido à atenção que Cavalcante chamou da imprensa e das autoridades americanas após a fuga. A família espera que a Justiça seja feita e o caso seja resolvido após anos de espera por respostas. O Tribunal de Justiça do Tocantins informou que a prisão preventiva de Cavalcante foi determinada em novembro de 2017, oito dias após o crime, mas ele já havia fugido do estado.

É importante ressaltar que todas as informações deste artigo são baseadas em fontes jornalísticas não identificadas.

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